sexta-feira, setembro 10


      A afirmação de que a opinião pública não é a opinião de todos, da massa, mas sim a opinião de públicos específicos é uma das ideias mais difíceis de serem trabalhadas em uma sociedade.
      Para a grande maioria dos que nela vivem, a formação da opinião pública obrigatoriamente se faz a partir das informações da mídia, aquilo que é veiculado nas rádios, TV, internet, jornais impressos e todos os demais veículos de massa. Na verdade não é bem assim, ou não necessariamente assim, vinda da Indústria Cultural. A opinião pública é a formação de um senso crítico e uma opinião de públicos distintos, seus líderes de opinião e os seus seguidores.
      Quando compreendida, é mister entender que para se propagar uma determinada ideia ou conceito, temos que trabalhar cada um dos públicos que pretendemos atingir, a partir da escolha das mensagens, as formas de propagação, a linguagem adequada.
      Trabalhar públicos é, acima de tudo, entendê-los, e saber que para cada grupo de pessoas temos que nos comportar de uma determinada forma. Trata-se de uma relação de pertencimento. Pertencer a cada grupo requer inteligência, resiliência, falta de preconceito.
      Cada grupo que se pretende atingir, penetrar, desenvolver um conceito, uma informação, deve ser criteriosamente estudado. Um bom começo é perceber se o grupo possui um líder, pois trabalhar a ideia no líder facilita a propagação e o líder sempre será facilmente ouvido, muito mais aceito do que as pessoas desconhecidas.
      Muitas pessoas têm se perguntado sobre os motivos que levam o Presidente Lula possuir um índice tão alto de aprovação. As razões são várias, é claro, não se consegue este feito por um ou outro item e só, mas com certeza um dos grandes motivos é porque Lula entende de Gente. No melhor sentido da palavra, ele entende de públicos.
      Pertencer a diversos grupos é algo que ele tem feito de forma natural, em se tratando de um político, transitar em grupos que não se tem afinidade e facilidade de comunicação pode ser algo perigoso e soar muito, muito falso. Com ele isso não aconteceu.
      Vemos uma foto do presidente Lula com o presidente Obama e isso parece muito natural, ao ponto de Lula ser considerado “O cara”. Vê-lo em frente às montadoras de automóvel em São Bernardo do Campo, distribuindo abraços às 5 horas da manhã também é algo absolutamente fácil, e não se enganem, não é porque foi ali que tudo começou, mas porque ele sabe muito bem se adaptar a cada um dos públicos, sem perder a sua identidade.
      Poucas são as pessoas que conseguem entender a necessidade de se conquistar os públicos em suas mais variadas formações e respeitar as suas diferenças.
      Lula é o que é porque soube conquistar a massa, dividida em públicos e perceber que não há nada mais preconceituoso do que tratar pessoas diferentes de forma igual. Lula, literalmente, entende de gente.
     
Simone Tuzzo é relações-públicas, doutora em Comunicação, professora de Teoria da Opinião Pública no curso de Relações Públicas da Universidade Federal de Goiás – UFG (simonetuzzo@hotmail.com)


Original clicando Aqui

2 comentários:

  1. Muito bom!!!
    Queria ler o resto, mas tá dando como "Página não encontrada"!..
    vê aí se conserta!
    Bjo!!

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  2. Lu! O link tá certo, tá abrindo aqui ;x
    E o texto é isso ai, tá completo. Saiu no Diário da Manhã, e o link vai pra página de lá. =)

    Beijo

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